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sexta-feira, 4 de março de 2016
quinta-feira, 3 de março de 2016
Ao Chile numa moto - Último dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Saímos
de Curitiba cedo. Com as roupas ainda molhadas, mas com a certeza que
secariam na estrada, pois chuva já não havia mais, o sol imperava.
Logo
na saída de Curitiba pegamos um grande congestionamento, por obras
na rodovia. Não ficamos muito tempo parado, ou eu estava tao feliz
por voltar que não me importei do tempo parado.
Muito trânsito na volta.
Agora
a rodovia estava em bom estado, a 116. A dor nas costas ainda
incomodava, mas já não era tão ruim, afinal, hoje eu dormiria sem
hora para acordar.
No
caminho de volta passamos pela cabeça da Anta, um ótimo local para
fazer curvas, do jeito que todo motociclista gosta, mas eu não. Meu
pneu traseiro estava no fim. Numa das curvas da Anta ele deu sinal de
que estava muito, muito careca. A moto sambou por alguns instantes,
mas o controle de tração fez sua parte e segurou bem.
Mais
obras na Cabeça da Anta, tivemos que ficar parados por alguns
instantes, mas tivemos mais sorte nos demais pontos de pare/siga.
Assim
que passamos de Itu, nos separamos dos demais amigos, que decidiram
seguir por mais 400 km até a cidade de Lavras, em Minas Gerais.
Continuei
com a minha esposa de volta para casa, mas sem aquela sensação de
“já cheguei”. Você só termina uma viagem quando senta no sofá.
Muita atenção mesmo dentro do estacionamento do condomínio.
E
enfim, casa. Pegamos os baus, imundos e colocamos na sala, mas com o
cuidado de colocá-los sobre um pano, para não dar muito trabalho no
dia seguinte. Tiramos as roupas de cordura e colocamos também de
lado ali na sala. Tomamos um banho, como sempre fazíamos nos hotéis,
mas dessa vez era no nosso banheiro. Nossos costumes.
Ainda
tínhamos forças para ir até um restaurante e comer algo, para
então ir dormir, sem a preocupação de ter que arrumar os baus no
dia seguinte, ou mesmo de ter um horário para levantar no dia
seguinte.
Foto de despedida.
quarta-feira, 2 de março de 2016
Ao Chile numa moto - 18º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Por
mais que eu dormisse, eu não descansava. E o dia de hoje foi ainda
pior que o anterior. Além da presente dor nas costas e estradas em
péssimas condições, apareceu a chuva, que nos acompanhou por
praticamente todo o trajeto. Senti mais frio aqui do que na travessia
do Paso de Jama, a 4800 metros de altitude. Estava ensopado, chegamos
a enfrentar uma tempestade já perto de Curitiba, caso ela
continuasse teríamos que abortar o plano inicial e pernoitar em
algum lugar na estrada.
Mas
conseguimos chegar em Curitiba, todos molhados, mas com um hotel já
reservado. O que ajudou a não piorar o dia.
Chegamos
no hotel, estendemos as roupas encharcadas, na tentativa inútil de
secá-las, tomamos um bom banho quente e fomos buscar por comida. A
região que ficamos não favoreceu para isso. Os restaurantes que ali
haviam era muito caros, e com pratos parecidos aos que comemos fora
do Brasil. Para a nossa sorte, havia serviço de copa no próprio
hotel e acabamos comendo por lá mesmo.
Detalhe,
assim que chegamos em Curitiba a chuva parou. Parou e sumiu.
terça-feira, 1 de março de 2016
Ao Chile numa moto - 17º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Acordamos
e aproveitamos do belo café da manhã típico dos hotéis
brasileiros. De Uruguaiana seguimos a viagem para Passo Fundo, o dia
começou chuvoso. Antes de pegar a estrada, tivemos que passar no
centro para um dos amigos resolver um problema com o cartão de
crédito. Esse problema apareceu no primeiro dia em San Pedro de
Atacama, e não pode ser resolvido até que ele chegasse aqui no
Brasil. Foram várias ligações para a agência, gerente, banco e
nenhuma solução. Como segurança, tenha um segundo cartão, de
preferência de outro banco para esse tipo de emergência, além,
claro, de habilitar o internet banking no seu celular para demais
atividades, como transferências.
Não
tomamos muita chuva nesse dia, mas o estado das rodovias estavam
lamentáveis. Foi o pior trecho de estrada que pegamos até o
momento. Pior até que o trecho em obras no Chaco Argentino. Aliado a
isso existia o cansaço acumulado da viagem, e esses últimos dias
foram complicados. Eu sentia muita dor nas costas, minha vontade era
de chegar, não havia mais aquele prazer ao pilotar.
Chegamos
em Passo Fundo sem reservar de hotéis. Seguimos ao centro e
encontramos um bem confortável com o um preço justo, mesmo pagando
o estacionamento a parte.
Não
encontramos o tão querido restaurante com self service, e tivemos
que encarar um delicioso sanduíche.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 16º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Acordamos
cedo e descobrimos que o café da manhã atrasaria. Houve algum
problema com o forno da padaria que trabalha para o hotel e não
haveria entrega dos pães. Enquanto isso fomos lubrificar as motos e
prender os baus. Voltamos para o hotel e nada dos pães. Vamos tomar
só um copo de café mesmo e tá bom.
Enquanto
tomávamos o café com leite, uma outra funcionária do hotel aparece
com alguns pães amassados e croissant. Ótimo. Já dá para encarar
os 760 km da volta.
Deixamos
o hotel e seguimos forte em direção ao Brasil. Nenhuma novidade na
estrada. Bem pavimentada, pedágio em alguns pontos, sem sustos, e
com tempo bom.
Quando
estávamos quase chegando na última cidade da Argentina, Paso de Los
Libres fomos parados pela primeira vez pela polícia. Paramos nós
três no acostamento e esperamos pelas instruções. Só a
habilitação. Precisa ser a PID? Não só a habilitação. O
policial olhou, tudo certo. Boa viagem.
Menos
de 10 km depois fomos parados outra vez. Agora a farda do policial
era diferente, não havia posto policial, apenas um cone no meio da
pista e uma viatura parada no acostamento.
Desci
já pegando a habilitação. Mas logo estava montando na moto de
novo. O policial nem chegou a vir falar comigo ou com a moto de trás,
o papo ficou somente com a primeira moto. Logo mais a frente quando
paramos perguntei o que rolou. O policial já parou pedindo ajuda, um
dinheirinho. O que nos salvou da propina foi dizer que estávamos
terminando a viagem e que não tínhamos mais efectivo,
viajávamos apenas com a tarjeta. Ele deve ter visto a minha câmera
no guidão da moto e nem chegou a tentar o mesmo papo comigo,
dispensou ali mesmo.
Mais
alguns quilômetros e chegamos na aduana, na cidade Paso de los
Libres. Deixamos as motos no estacionamento e apresentamos os
passaportes e o documento da moto para vistoria. Passaportes
novamente carimbados, tivemos que apresentar para uma outra fiscal na
saída do prédio. Tudo certo. Voltamos as motos, atravessamos a
ponte e estávamos de volta ao Brasil.
Dessa
vez não precisamos buscar por hotéis, pois eu já havia reservado.
Paramos as motos já dentro do estacionamento do hotel. Tomamos
aquele banho e fomos mais que depressa buscar um restaurante com self
service.
Uma
pena que era domingo a noite e não havia muitos restaurantes naquela
região. Mas encontramos um que servia a tão queria picanha na
chapa, bem servida com uma guarnição de arroz, outra de salada,
outra de maionese e uma de batatas fritas. Essa fartura toda por
apenas 35 reais. Ah meu Brasil...
domingo, 28 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 15º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
De
acordo com a nossa rota, hoje seria o dia de seguir até Rio Quarto,
mas como a nossa vontade de voltar logo para o Brasil era grande,
seguimos mais além, até Villa Maria. Rodamos bem nesse dia, foram
620 km, com estradas boas, clima bom, desenvolvemos uma boa
velocidade de cruzeiro e chegamos antes de anoitecer.
A
velha rotina de buscar hotel. Os preços não justificavam a
qualidade da cidade. Não estou desmerecendo, mas realmente não
justificavam. Pagamos aproximadamente 250 reais num hotel simples,
com um café da manha mais simples ainda e garagem separada.
Deixamos
as motos no estacionamento, tomamos um banho e saímos em busca de um
restaurante. Já não sei se era a vontade de chegar logo no Brasil,
mas nada parecia me agradar. Acabei me atrapalhando no pedido do
prato e tive que me contentar com um pedaço de frango com salada.
Tudo bem, amanha estarei no Brasil e ataco uma picanha na chapa...
Voltamos
para o hotel e decidimos que iriamos direto, dali para Uruguaiana.
Para não passar o perrengue de ter que ficar buscando mais hotéis,
fiz uma reserva via internet, estacionamento, café da manha, 120
reais. Ótimo.
sábado, 27 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 14º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Saímos
de Santiago ansiosos com a expectativa de passar por outro ponto bem
desejado da viagem, os Caracoles, uma série de curvas no meio da
Cordilheira, já na fronteira com a Argentina.
Ate
chegar nos Caracoles, nossa viagem foi presenteada com uma bela vista
da cordilheira, se aproximando a cada km, com seu topo todo branco de
neve. Nessa hora bateu um arrependimento de não ter insistido na
visita ao Valle Nevado, eu queria ver a neve mais de perto. Mas
parece que vai ficar para uma próxima vez...
Passamos
pela última cidade antes da fronteira, Los Andes, e começamos a
subir a cordilheira. Logo mais chegam as curvas. Os Caracoles.
Começamos a subida devagar, enfrentando cada curva com calma, sem
precisar deitar a moto, aproveitando para apreciar o visual da
montanha coberta de neve, bem pertinho. Foi tanta emoção que
acabamos passando do ponto da foto com as curvas dos Caracoles e não
conseguimos mais voltar... vamos ter que contentar apenas com o
prazer de já ter feito aquele percurso e com as fotos de outas
pessoas pela internet. Pelo menos um vídeo do trajeto eu consegui
fazer.
Neve a vista
Numa das curvas dos caracoles
Após
as curvas aparecem os túneis. Com o gelo derretendo e escorrendo por
entre o teto. Em seguida passamos pelo primeiro ponto da aduana
chilena, onde pegamos um papel, com um número, que indica o número
de passageiros por veículo. Meu papel continha o número 2, só
isso. Era tão sem graça que eu o chamei de papel de pão. Não
subestime a importância desse papel de pão pela sua aparência, ele
será carimbado por várias vezes logo mais a frente, e você vai
precisar dele para entrar na Argentina.
Antes
de chegar na aduana de fato, passamos por um local que me encheu de
alegria, era neve, ali bem ao lado da rodovia. Muita neve. Paramos as
motos e fomos, bem , eu, fui brincar.
Mais uma surpresa na viagem.
É
estranho, é diferente. Está calor, mas a neve está ali, não
derretia, ou não parecia derreter. Parecia ser firme, mas não era.
Pisava e ela afundava, com um pouquinho de esforço dava até para
deslizar. Tirei as luvas e peguei. Era fria, gelo mesmo. Mas se
desfazia facilmente com o calor das mãos. Tentei fazer um boneco de
neve, mas me faltou habilidade. Voltei a colocar as luvas, estava
muito gelado. Com as luvas fazer bolas de neve é mais difícil, pois
não há calor o suficiente para fazer que com os flocos derretam e
se fixem.
Brinquei
um pouco com a minha esposa, fizemos fotos e seguimos. Ainda tinha
uma aduana para enfrentar. A saída do Chile acabou sendo em grande
estilo.
Abrindo as asas em meio a neve.
Bem alto sim, mas sem puna.
Chegando
na aduana, fila. Havia um grupo de motociclistas chilenos em nossa
frente. Eles estavam indo apenas almoçar em Mendonza. Só quem é
motociclista sabe como é enfrentar os tramites das estradas só para
um passeio.
Alguns
minutos aguardando e empurrando as motos e logo chegou a nossa vez.
Deixamos as motos paradas ali mesmo na fila, mas já dentro do galpão
e seguimos com a papelada em mãos para os guichês.
Apresentamos
aquele formulário com os dados da moto e os outros dois com os dados
dos passageiros que pegamos na entrada do Chile, e os passaportes.
Ah, e o papel de pão.
Os
formulários com os dados dos passageiros ficaram nesse primeiro
tramite, o outro com os dados da moto e o papel de pão seguiram para
o próximo. Mais carimbos, e agora estou apenas com o papel de pão,
todo carimbado. Esse papel deverá ser apresentado a 15 km dali, para
a polícia da Argentina.
Chegando na aduana Chilena/Argentina.
Nem
ao menos olharam as motos, que ficaram laaaa na fila. Guardamos tudo
de volta nos baus, deixamos o papel de pão para fácil acesso e
seguimos.
15
km depois, lá estavam os policiais, que nem chegaram a pedir nada,
só apresentamos o papel de pão e seguimos. Já estávamos de volta
na Argentina.
Chegamos
em Mendonza e fomos procurar hotel. Mais uma vez chegamos no dia de
uma convenção, todos os hotéis lotados. Acabamos encontrando um
que possuía um quarto com 3 camas, uma de casal e duas de solteiro.
Serve.
Deveríamos
ficar um dia a mais em Mendonza, para visitar alguma vinícula,
passear e descansar. Mas a noite, quando saímos para jantar, dia de
jogo, Brasil e Argentina, comemos uma pizza não tão boa, e a
saudade bateu. Decidimos que dali mesmo voltaríamos para o Brasil,
direto, bem rápido. A viagem terminou, hora de voltar.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 13º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Dessa
vez o café da manhã foi mais robusto, mas nada que se compare ao do
Brasil. Saímos do hotel com a ideia de conhecer mais Santiago. A
ideia inicial era tentar ir ver a neve, em Valle Nevado, a
aproximadamente 75 km do centro, mas desistimos, pois queríamos dar
um descanso para as motos. Então seguimos a pé até um centro de
informações turísticas e pegamos um mapa com indicações de
lugares para visitar.
Seguimos
de metro até a região de Bellavista, onde subimos de Funicular para
o mirante do Santuario de la Inmaculada Concepción. Uma bela vista
de toda a cidade, com a cordilheira e seu topo coberto de neve ao
fundo.
Entrada do Finucular
Bela vista de Santiago com a Cordilheira ao fundo
De
la seguimos por uma trilha no meio da mata até chegar no Parque de
Las Esculturas, um museu ao ar livre, com belas obras contracenando
com espaço urbano da grande cidade. Almoçamos por ali mesmo e
seguimos a pé para o Parque Bicentenario, onde se encontra a enorme
escultura La Busqueda. Voltamos a pé para o hotel e enfim
descansamos. Naquela noite voltamos ao restaurante italiano para mais
uma noite de massas, prontos para encarar o dia seguinte, o inicio da
volta para casa.
Off Road a pé.
La Busqueda
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 12º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Chegamos
em Santiago por volta das 16h, horário local. Em tempo de levar as
motos para a avenida Las Condes, onde podemos encontrar as
concessionarias para uma manutenção básica. Troca de óleo para a
Suzuki e a Honda e troca da pastilha traseira da minha Tiger.
Triumph Chile
O
transito em Santiago é bem tenso. Motoristas nervosos, que buzinam
por qualquer motivo, motos que passam em qualquer espaço
disponível. Cruzamentos lotados a cada virada de sinal.
Assim
que as motos foram liberadas das respectivas oficinas, seguimos para
o centro da cidade, em busca de um hotel, já que naquela região já
não havia mais vagas.
Chegar
no centro com aquele transito foi complicado, mas chegamos com o dia
ainda claro. Hospedamos num hotel caricato, com características de
um barco da década de 90. O hotel foi construído em 1935, era
antigo mas confortável. Com quartos grandes e aconchegantes.
Decidimos
que ficaríamos um dia descansando na cidade. Naquela noite fugimos
dos restaurantes típicos e jantamos uma boa massa, num restaurante
italiano.
Voltamos
para o hotel debaixo de uma fina chuva, um bom convite para uma ótima
noite de sono.
Cap Ducal, navio ou hotel?
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 11º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Chegamos
em La Serena ainda cedo. O trajeto foi curto, a paisagem de deserto
começou a mudar e a vegetação foi aparecendo mais densa. O verde
foi substituindo o bege, os ventos continuaram.
Buscamos
pela orla da cidade e paramos as motos para começar a jornada de
busca por hotéis. Havia uma convenção naquele dia e vários hotéis
estavam ou cheios ou com os preços nas alturas. Enquanto eu estava
pulando de hotel em hotel, os que estavam cuidando das motos foram
abordados por um rapaz, oferecendo cabanas para pernoite.
Decidimos
ver essa cabana e gostamos. Era diferente de todos os lugares onde
pernoitamos até agora. Não havia desayuno, mas era espaçosa e
aconchegante, e perto do mar. Ficamos por lá mesmo. Estacionamos as
motos, arrumamos as bagagens e corremos para a orla, na esperança de
poder enfim entrar de cabeça no Pacífico e ver o tão esperado por
do sol no mar.
Cabana com sistema de massagem natural.
A
praia era diferente, quase não havia areia, mas sim conchas, várias
conchas. O mar estava calmo e ninguém se banhando, apenas alguns
surfistas, o que me encorajou a entrar. Fui o único.
Mais conchas que areia.
Nublado, mas com clima bom.
Curiosamente,
o mar aqui é menos salgado que o do Brasil. E a água não é tão
fria quanto eu esperava. Foi um bom banho, merecido.
Missão cumprida.
Ainda
tínhamos tempo até o pôr do sol, então fomos andar mais um pouco
pela orla, buscando um lugar para comer. La Serena é grande, não
conseguiríamos rodar por toda a orla, então decidimos voltar para
um local mais perto da cabana e esperar pelo por do sol num
restaurante lá perto, na orla mesmo.
Aguardando o mergulho.
Foi
a primeira vez que comi carne de carneiro, já que as únicas opções
eram o carneiro ou porco. Vamos de carneiro então. Do restaurante
tínhamos uma bela vista do mar e do Sol, que descia quase livre das
nuvens. O paredão continuava lá, mas dessa vez havia uma pequena
brecha, onde talvez conseguíssemos ver pelo menos parte do sol
mergulhando.
Foi por pouco, mas vimos.
Depois
do espetáculo, nos despedimos do mar e voltamos para a cabana, com
uma latinha de café solúvel e algumas galetitas para o café da
manhã no dia seguinte.
Tomamos
banho e quando nos preparávamos para dormi, sentimos algo estranho,
parecia vir do mar, e logo em seguida tudo começou a tremer. Nosso
primeiro tremor de verdade, já que o de Antofagasta foi na madrugada
e eu achei que estava apenas passando mal.
A
garrafa de água que compramos caiu da mesa, os capacetes que estavam
amontoados se separaram aos poucos e quase cairam também. Todos
ficamos assustados naquele momento. Mas logo passou e a euforia
apareceu. Eu adorei ter sentido aquele tremor. Afinal, essa viagem
era exatamente para isso, ter experiências que não temos no Brasil.
Susto
passado, tiramos as coisas de lugares altos, e voltamos a dormir. Mas
la veio aquela sensação estranha vindo do mar outra vez. Dessa vez
mais forte e mais demorado. Só que agora estávamos “preparados”.
Em vez de susto, eu senti ainda mais euforia. Já estávamos na cama
quando o segundo tremor apareceu, e mesmo depois dele ter terminado,
a cama continuou a chacoalhar. Mas dormimos.
Na
madrugada ainda ocorreu um outro tremor, mas dessa vez não acordei.
O cansaço havia tomado conta.
Acordamos,
preparamos o café, prendemos os baús nas motos e seguimos para
nossa ultima cidade no Chile, a capital Santiago.
domingo, 21 de fevereiro de 2016
sábado, 20 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 10º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Enquanto
tomávamos nosso desayuno, ouvimos comentários sobre o tremor que
havia balançado o prédio naquela noite. Eu não percebi o tremor,
mas acordamos no exato horário achando que estávamos passando mal
por causa da comida da noite anterior. Só então descobrimos o
motivo de todo aquele desconforto. Esse foi o primeiro tremor da
viagem. Sim, teve mais.
Depois
do café, saímos em busca da La Portada. Lá encontramos um outro
grupo de motociclistas que vinham no sentido contrário, estavam indo
para San Pedro de Atacama. Fizemos as fotos com a pedra furada e
partimos em direção do ponto alto da viagem, a famosa Mão do
Deserto.
Las motocas e La Portada.
Havíamos
combinado de encontrar com o Coronel lá na Mão, mas demoramos mais
do que o previsto e o baiano seguiu viagem solo, voltando a nos
encontrar em Caldera.
No
meio do deserto, um monumento surge ao fundo. Ela saúda os viajantes
de longe, e convida para ser vista mais de perto.
Uma
placa de “escultura” avisa aos desavisados sobre sua presença e
indica o caminho para chegar mais perto.
Um
pouquinho de off road e logo chegamos. Lá já havia um outro
motociclista fazendo suas fotos, um Canadense em sua Triumph Tiger
800 XC. Ele estava percorrendo todo o litoral das Américas, e já
estava quase concluindo sua jornada. Ofereci minhas habilidades de
fotografo para fazer uma foto dele com a moto e a Mão de fundo, logo
em seguida ele se despediu e continuou a viagem. Nós ficamos por lá,
por bastante tempo até concluir todas as fotos que queríamos.
Foto obrigatória.
Essa também.
Depois
de quase uma hora, foi nossa vez de despedir da Mão e continuar a
viagem até nosso próximo destino, Caldera.
No
meio do caminho paramos para remover o forro térmico das roupas de
cordura, pois o calor estava demais.
Alguns
quilômetros depois chegamos a pequena cidade de Caldera. Boa parte
da viagem desse dia foi beirando o litoral, uma visão muito bela do
pacífico, contrastando com todo aquele visual de deserto.
Brisando...
Caldera
é uma cidade pequena, bem simples, de povo simples e bem-educado.
Paramos nossas motos no centro da cidade e fomos em busca de um
hotel. Encontramos vários hosteis familiares, mas ficamos num hotel
padrão, que oferecia café da manhã e estacionamento, ao lado do
mar. Como de praxe, tomamos um banho e fomos procurar um local para
jantar.
Encontramos
uma lanchonete com um bom preço e ficamos por lá mesmo. Enquanto
devorávamos uma pizza, o Coronel Motta Lima reaparece e nos mostra
suas fotos com a Mão do Deserto. Dessa vez nos despedimos de
verdade, pois dali ele seguiria mais ao sul do Chile, enquanto nós
ficaríamos em La Serena, nossa última pousada antes de despedir do
Pacífico.
Terceiro reencontro com o Coronel.
Em
Caldera não pudemos aproveitar do oceano, nem mesmo ver o pôr do
sol. O paredão de nuvens continuava la, firme, impedindo o mergulho
do sol. E a praia da cidade não nos convidou ao banho.
Voltamos
para o hotel e fomos dormir para o dia seguinte.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 9º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Saímos
de San Pedro em direção a cidade de Antofagasta, nosso primeiro
contato com o oceano Pacífico. A beleza da estrada continuou. O
deserto é lindo, a paisagem é fora do comum, nada parecido com o
que temos no Brasil.
Deserto pra que te quero.
Passamos
por uma tempestade de areia causada por algum tipo de obra ao lado da
rodovia e piorada pelos fortes ventos do deserto. Deixou as lentes
das câmeras impraticáveis e só fomos perceber ao chegar no
pacífico.
Esfoliação forçada.
Nossa
chegada em Antofagasta foi ainda cedo, pudemos parar na orla e fazer
as primeiras fotos daquele oceano ainda desconhecido por nós. Ver as
pessoas tomando sol completamente vestidos foi estranho. A areia é
grossa e escura. Ainda não arriscamos nos banhar ali, afinal
estávamos de botas e precisávamos procurar um hotel.
Primeiro contato com o Pacífico.
Que não se parece tão pacífico assim...
Acabamos
ficando no Ibis, com uma boa estrutura e a um quarteirão da praia.
Descarregamos as bagagens, tomamos um bom banho e fomos procurar o
pôr do sol no oceano, coisa que não temos no Brasil, já que toda a
nossa costa está ao leste, onde o sol nasce.
Percorremos
um bom trecho da orla, conhecendo um pouco mais da grande cidade de
Antofagasta. Achamos um pedaço de praia bem parecido com as que
temos no Brasil, lá as pessoas já se banhavam mais livremente, com
trajes de banho, guarda-sóis, etc. Mas ainda sim não arriscamos, o
sol já estava se pondo e o frio estava apertando. Também não foi
dessa vez que vimos o sol mergulhar no mar, já que havia um grande
paredão de nuvens ao fundo, impedindo nossa visão do pôr do sol.
Água do mar e um pedacinho da Cordilheira.
Agora sim, primeiro contato físico com o Pacífico.
Voltamos
para o hotel em busca de uma 'cena' e lá voltamos a encontrar o
Coronel Motta Lima. Ele nos deu uma dica valiosa que quase
deixaríamos passar. Na entrada da cidade, para quem vem do litoral,
há um ponto turístico, chamado La Portada. Uma espécie de pedra
furada no meio do mar. No dia seguinte combinamos de ir visitar esse
ponto e de lá seguir viagem até Caldera, passando pela tão
esperada Mão do Deserto.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 8º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
Acordamos
às 4h, tomamos o desayuno previamente preparado pelo dono do hotel e
fomos para a porta aguardar o Carlos chegar com a van.
Subimos
a uma altitude de aproximadamente 4300 metros, num frio de – 9.6°C.
Foi a primeira vez que experimentei uma temperatura abaixo do 0.
Dessa vez fomos bem agasalhados. Eu vesti praticamente todas as
minhas roupas, mais a roupa de cordura que utilizo ao pilotar, uma
balaclava, touca e luvas. Não passei frio.
Quase frio...
Os
gêisers não jorram água a uma altura considerável, mas o vapor ,
esse sim , vai bem alto.
Ninjas
No local
há uma piscina natural, de água quente onde os mais corajosos se
aventuram. Eu adoro água, não podia ficar de fora. Assim que me
despi e fiquei só de sunga para encarar a água, não senti tanto
frio, acho que era a expectativa que me aquecia. Assim que entrei na
água fiquei totalmente relaxado, a sensação da água quente e ver
todo mundo do lado de fora parecendo um grupo de esquimós era
estranha. Não parecia que dividíamos o mesmo espaço.
Percebi
que a maioria dos que se atreviam a entrar na água eram europeus. O
ponto mais disputado da piscina era no começo dela, por onde a água
chegava, bem mais quente que na parte mais funda. Por lá, a
temperatura era tão alta que eu mal conseguia ficar parado ou tocar
o chão, todo em pedras, quase fervendo. Decidi ficar no meio, onde a
temperatura era mais agradável.
Piscina aquecida naturalmente.
Sair da
piscina foi mais complicado que entrar, ali o choque térmico foi
grande. Rapidamente me sequei e vesti todas as camadas de roupas que
tinha, exceto a de cordura, já não fazia tanto frio como quando
chegamos.
Tomamos
um café da manhã por ali mesmo e depois seguimos para ver outros
gêisers, alguns com força para jogar água por quase 2 metros de
altura.
Geisers de todo tipo.
Nosso
guia nos contou que a alguns meses, uma turista faleceu ao cair numa
das fontes de água quente enquanto fazia fotos do local. Hoje temos
pedras delimitando os locais seguros por onde podemos passar, sem
correr o mesmo risco.
Saímos
da região dos gêisers e seguimos até o povoado de Machuca, uma
vila antiga de criadores de Lhamas, como chegamos tarde, não tivemos
a oportunidade de provar um espetinho de carne de Lhama.
Machuca
Voltamos
para o hotel, e fomos buscar um local para almoçar. Descansamos e já
nos preparamos para o último passeio, a visita a Laguna Cejar.
Encontramos
com o Carlos na porta da ‘oficina’ e de lá partimos para a
Laguna Cejar, no meio do Salar do Atacama. Sua concentração de sal
é tão intensa que o nível de flutuação é maior que o do Mar
Morto. Localizado a apenas 20 km de San Pedro e praticamente na mesma
altitude, o clima é agradável, não faz frio, e o convite ao banho
é inevitável.
A dica
do Carlos foi somente essa, não mergulhe, não molhe a cabeça. Há
tanto sal na água que você se sente petrificado ao sair da água.
Não queria nem imaginar uma gota daquela água caindo em meus olhos.
A força que a água faz ao te empurrar para cima é enorme. Não dá
para afundar. Ainda bem, porque a profundidade da lagoa é
desconhecida. Só tenha cuidado com a câmera, essa afunda com
facilidade.
Boiando sem esforço.
Saímos
do banho na Laguna e corremos para tirar o sal com água doce,
gelada, disponível ao lado dos banheiros que há no local. Por mais
que tentamos, o sal não sai fácil, tiramos o que deu, trocamos a
roupa de baixo e voltamos a nos agasalhar, pois o vento quando
começa, traz com ele aquela sensação térmica de muito frio.
Seguimos
então para os Ojos del Salar. Duas lagoas de água doce que do alto
se parece com olhos no meio do Salar do Atacama. É possível se
banhar por lá também, mas não arriscamos. Tiramos algumas fotos no
meio do Salar e continuamos até a Laguna
Tebinquiche, onde
pudemos ver o por do sol acompanhado de uns snacks e suco, ou Pisco
Sour, para os que sentem saudades da caipirinha brasileira.
Um dos ojos...
Aguardando mais um por do Sol.
Com
esse passeio terminamos nossa aventura por San Pedro de Atacama. Por
lá encontramos vários outros motociclistas brasileiros, incluindo
os paulistas que conhecemos em Campo Mourão. Esse grupo me disse que
só iriam até ali. Não chegariam nem mesmo a seguir até a Mão do
Deserto. Voltariam pelo mesmo caminho da vinda, com um pequeno desvio
até a entrada da Bolívia.
Um
outro motociclista que conhecemos foi o Coronel Motta Lima, um
conterrâneo, de Salvador, que estava viajando sozinho em sua Yamaha
Super Tenere 1200cc. Voltaríamos a encontrar o Motta em Antofagasta,
e em Caldera, onde nos despediríamos e continuaríamos os contatos
apenas por WhatsApp, pois ele iria mais ao sul do Chile, sem datas
para retorno ao Brasil.
Conterrâneo Coronel Motta Lima.
Também
fizemos amizade com um casal dinamarquês, o George e a Lene, que
estão cruzando o Chile e a Argentina de carro.
O simpático casal Dinamarquês, George e Lene.
A
noite no hotel foi para reorganizar as coisas dentro dos baus e
voltar a rotina da estrada, despedindo das belezas de San Pedro, mas
continuando a percorrer o grande Atacama.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 7º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
O dia
hoje começou cedo. Como sairíamos antes do início do desayuno do
hotel, eu pedi para o proprietário se havia a possibilidade dele
adiantar um café, ele disse que não tinha como, já que as padarias
não abririam tão cedo. Ele então preparou um pequeno lanche, e
deixou em nosso quarto, na noite anterior. Essa é uma prática comum
nos hotéis por lá, mas você deve avisar com antecedência, se não
fica sem.
A van do
Carlos veio nos buscar na porta do hotel, alguns minutos depois do
horário combinado. De lá seguimos para a reserva nacional dos
Flamingos. Pudemos observar vários deles, se alimentando, numa
espécie de dancinha, para fazer o alimento se soltar do fundo do
lago e ficar mais fácil para a coleta. De lá seguimos para as
Piedras Rojas, numa altitude de aproximadamente 4000 metros, o frio
impera. Nem tanto pela temperatura ambiente, mas pela sensação
térmica, já que venta muito. Fomos bem agasalhados, mas nem tanto,
passamos muito frio. Nada que atrapalhasse vislumbrar a beleza do
local.
Flamingos flamingando...
e voando...
No
caminho tivemos o prazer de encontrar com a bela fauna do deserto,
muitas aves, alguns mamíferos, Vicunas, Lhamas, uma espécie de
roedor que se parece com um coelho e até mesmo uma raposa.
Vicunhas...
...Vizcachas...
e vi raposa.
Depois
de visitar Piedras Rojas, almoçamos num pequeno restaurante, que
estava incluso quando contratamos o passeio, e de lá partimos para
as Lagunas Altiplanticas. São duas lagunas, de um azul intenso. A
Laguna Minique e a Laguna Miscanti
Piedras Rojas
Lagunas Altiplanticas
Terminado
os passeios, retornamos ao hotel, saímos para jantar e tratamos de
descansar, no dia seguinte acordaríamos bem cedo, rumo aos geisers.
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Ao Chile numa moto - 6º dia
Postado por
Danne MCA
às
17:00
No
primeiro dia de descanso em San Pedro, fomos buscar por uma casa de
câmbio ou um caixa eletrônico, pois até o momento não tínhamos
nada em peso Chileno. Como as taxas das casas de câmbio estavam
muito ruins, optamos por sacar dinheiro direto do caixa eletrônico.
Com 'efectivo' em mãos, fomos atrás das empresas de turismo. San
Pedro é famosa por oferecer diversos passeios pela região, que
podem ser feitos de modo particular, mas estávamos em busca de
sossego, a aventura fica por conta da viagem em si.
Fizemos
um orçamento com várias empresas e acabamos fechando o contrato com
uma meio termo, nem a mais cara nem a mais barata.
Já
tinha uma ideia de quais passeios faria, isso agilizou o processo de
pesquisa. Os passeios ficaram divididos da seguinte forma:
Dia 1 –
a tarde, passeio ao Valle de La Luna, com visita ao Valle de la
Muerte. A noite, tour astronômico.
Dia 2 –
Passeio Piedras Rojas, um passeio que inclui visita as Lagunas
altiplanicas, a Reserva Nacional dos Flamingos.
Dia 3 –
manhã, Geisers del Tatio, passando pelo povoado de Machuca, com
vista para o vulcão Putana. Tarde, Laguna Cejar.
Com os
passeios contratados, fomos procurar um restaurante e conhecer um
pouco da cidade. San Pedro é uma cidade pequena, com ruas não
pavimentadas, seus imoveis não podem ultrapassar uma certa altura e
todos devem ter as cores branca ou marrom. A maioria da população é
de turistas, do mundo todo. Encontramos muitos brasileiros, inclusive
trabalhando com turismo, muitos europeus, e muitos chilenos, que eram
maioria no nosso grupo de passeios.
Avenida Caracoles
Voltamos
para o hotel para nos preparamos para o primeiro passeio, ao Valle de
La Luna. Como o passeio era a tarde, o ponto de encontro foi na porta
da 'oficina', onde contratamos os tours. Foi lá que conhecemos o
Carlos, nosso guia.
O Valle
de La Luna fica bem próximo da cidade de San Pedro. Tem um visual
realmente “extraterrestre”. Não se vê vegetação, é tudo
pedra, ou melhor, é tudo sal. Antes de chegar ao Valle de La Luna,
nosso guia, Carlos, nos levou ao Valle de La Muerte, onde temos uma
visão de diferentes formações rochosas ao fundo, e também ao
imponente vulcão Licancabur, que pode ser visto praticamente de
qualquer lugar da região.
Vale de la Muerte
Saindo
do Valle de La Muerte, seguimos para um local bastante frequentado, a
pedra do Coiote. Um ótimo local para fotos, numa pedra quase
suspensa, um precipício logo abaixo deixa as fotos com um ar
cinematográfico.
Não olhe para baixo...
Chegamos
então no Valle de La Luna. Recomenda-se não levar mochilas ou
outros objetos que dificulte sua movimentação, pois passamos por
uma espécie de caverna, bem apertada e que exige um certo preparo
físico para ser desbravada. Há pontos em que é preciso rastejar
para continuar seguindo. Claustrofóbicos, sugiro que evitem essa
parte do passeio. Saindo da caverna, brincamos um pouco de escalada e
concluímos o Valle de La Luna, partindo para ver o pôr do sol no
alto de um morro.
Paredes de sal
A subida
a esse morro também exige um pouco de preparo físico, ou algumas
paradas para descanso. Lembre-se que você não está no nível do
mar, e o oxigênio as vezes some. A vista compensa a malhação. De
lá podemos ver toda a beleza do Valle. Um pequeno salar, um
anfiteatro, o vulcão Licancabur, e boa parte das cordilheiras. É
interessante ver tudo aquilo ir mudando de cor, de acordo com a
posição do sol.
Aguardando o por do Sol.
Voltamos
do passeio e fomos descansar para o próximo. O tour astronômico era
um passeio que eu fazia questão de contratar. Sou um astrônomo
amador, adoro observar o céu, e aquela região é uma das melhores
do mundo para isso. Seguimos de ônibus para uma região mais
afastada do centro de San Pedro, para fugir da poluição luminosa e
ter uma visão mais clara do céu.
Ao
chegar fomos recepcionados por um casal, os donos da casa, tivemos
uma breve explicação do universo e então partimos para a
observação de fato. Lá haviam 2 telescópios e um binóculo, mas o
legal mesmo era ver a olho nu. Vários “fireballs” cruzando o céu
do Atacama, uma quantidade enorme de estrelas, a via lactea se
impondo no meio do céu. Como minha máquina não tem um bom ajuste
do tempo de exposição, não pude fazer nenhum registro.
Frio nas estrelas.
Chegamos
já tarde no hotel e fomos dormir para poder aproveitar o passeio do
dia seguinte.
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