No
primeiro dia de descanso em San Pedro, fomos buscar por uma casa de
câmbio ou um caixa eletrônico, pois até o momento não tínhamos
nada em peso Chileno. Como as taxas das casas de câmbio estavam
muito ruins, optamos por sacar dinheiro direto do caixa eletrônico.
Com 'efectivo' em mãos, fomos atrás das empresas de turismo. San
Pedro é famosa por oferecer diversos passeios pela região, que
podem ser feitos de modo particular, mas estávamos em busca de
sossego, a aventura fica por conta da viagem em si.
Fizemos
um orçamento com várias empresas e acabamos fechando o contrato com
uma meio termo, nem a mais cara nem a mais barata.
Já
tinha uma ideia de quais passeios faria, isso agilizou o processo de
pesquisa. Os passeios ficaram divididos da seguinte forma:
Dia 1 –
a tarde, passeio ao Valle de La Luna, com visita ao Valle de la
Muerte. A noite, tour astronômico.
Dia 2 –
Passeio Piedras Rojas, um passeio que inclui visita as Lagunas
altiplanicas, a Reserva Nacional dos Flamingos.
Dia 3 –
manhã, Geisers del Tatio, passando pelo povoado de Machuca, com
vista para o vulcão Putana. Tarde, Laguna Cejar.
Com os
passeios contratados, fomos procurar um restaurante e conhecer um
pouco da cidade. San Pedro é uma cidade pequena, com ruas não
pavimentadas, seus imoveis não podem ultrapassar uma certa altura e
todos devem ter as cores branca ou marrom. A maioria da população é
de turistas, do mundo todo. Encontramos muitos brasileiros, inclusive
trabalhando com turismo, muitos europeus, e muitos chilenos, que eram
maioria no nosso grupo de passeios.
Avenida Caracoles
Voltamos
para o hotel para nos preparamos para o primeiro passeio, ao Valle de
La Luna. Como o passeio era a tarde, o ponto de encontro foi na porta
da 'oficina', onde contratamos os tours. Foi lá que conhecemos o
Carlos, nosso guia.
O Valle
de La Luna fica bem próximo da cidade de San Pedro. Tem um visual
realmente “extraterrestre”. Não se vê vegetação, é tudo
pedra, ou melhor, é tudo sal. Antes de chegar ao Valle de La Luna,
nosso guia, Carlos, nos levou ao Valle de La Muerte, onde temos uma
visão de diferentes formações rochosas ao fundo, e também ao
imponente vulcão Licancabur, que pode ser visto praticamente de
qualquer lugar da região.
Vale de la Muerte
Saindo
do Valle de La Muerte, seguimos para um local bastante frequentado, a
pedra do Coiote. Um ótimo local para fotos, numa pedra quase
suspensa, um precipício logo abaixo deixa as fotos com um ar
cinematográfico.
Não olhe para baixo...
Chegamos
então no Valle de La Luna. Recomenda-se não levar mochilas ou
outros objetos que dificulte sua movimentação, pois passamos por
uma espécie de caverna, bem apertada e que exige um certo preparo
físico para ser desbravada. Há pontos em que é preciso rastejar
para continuar seguindo. Claustrofóbicos, sugiro que evitem essa
parte do passeio. Saindo da caverna, brincamos um pouco de escalada e
concluímos o Valle de La Luna, partindo para ver o pôr do sol no
alto de um morro.
Paredes de sal
A subida
a esse morro também exige um pouco de preparo físico, ou algumas
paradas para descanso. Lembre-se que você não está no nível do
mar, e o oxigênio as vezes some. A vista compensa a malhação. De
lá podemos ver toda a beleza do Valle. Um pequeno salar, um
anfiteatro, o vulcão Licancabur, e boa parte das cordilheiras. É
interessante ver tudo aquilo ir mudando de cor, de acordo com a
posição do sol.
Aguardando o por do Sol.
Voltamos
do passeio e fomos descansar para o próximo. O tour astronômico era
um passeio que eu fazia questão de contratar. Sou um astrônomo
amador, adoro observar o céu, e aquela região é uma das melhores
do mundo para isso. Seguimos de ônibus para uma região mais
afastada do centro de San Pedro, para fugir da poluição luminosa e
ter uma visão mais clara do céu.
Ao
chegar fomos recepcionados por um casal, os donos da casa, tivemos
uma breve explicação do universo e então partimos para a
observação de fato. Lá haviam 2 telescópios e um binóculo, mas o
legal mesmo era ver a olho nu. Vários “fireballs” cruzando o céu
do Atacama, uma quantidade enorme de estrelas, a via lactea se
impondo no meio do céu. Como minha máquina não tem um bom ajuste
do tempo de exposição, não pude fazer nenhum registro.
Frio nas estrelas.
Chegamos
já tarde no hotel e fomos dormir para poder aproveitar o passeio do
dia seguinte.
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